Devido à instabilidade do mercado financeiro, muitos investidores veem o ouro como um “investimento refúgio”. Porém, e como em qualquer outra aplicação financeira, há fatores externos que influenciam o valor deste material precioso, fazendo-o subir e descer. Saiba a que fatores nos referimos, aprenda a antecipá-los e ganhe ainda mais com os seus investimentos!
Que fatores influenciam o preço do ouro?
Nos últimos tempos, a inconsistência e fragilidade do setor financeiro, a queda das Bolsas de Valores, as incertezas relativamente à qualidade dos títulos da dívida pública e a insegurança quanto à prosperidade das empresas fizeram com que muitos investidores olhassem para o investimento em ouro com segurança, estabilidade e confiança.
Porém, e como qualquer outro investimento, o ouro também é influenciado por acontecimentos externos. Se tem dinheiro aplicado nesta área, é vantajoso que conheça os elementos que podem fazer oscilar o preço do ouro. Desta forma, conseguirá antecipar possíveis crescimentos e declínios e, assim, ter algum controlo nos seus investimentos.
1. A inflação e deflação
Antes de perceber como estes conceitos podem influenciar o preço do ouro, é importante que os conheça:
Inflação – Inflação não é uma simples oscilação dos preços. É sim o fenómeno em que se regista um aumento contínuo e generalizado dos preços dos bens e serviços. Enquanto que uma taxa de inflação baixa representa um estímulo ao investimento e ao crescimento económico, uma inflação alta significa menos poder de compra para as famílias, uma vez que os mesmos produtos custam mais a adquirir.
Deflação – Se a inflação é má, a deflação é boa! Certo? Nem por isso. A deflação acontece quando há uma queda nos preços das mercadorias, o que leva os consumidores a esperarem que os preços desçam ainda mais, adiando as decisões de consumo. A longo prazo, um período constante de deflação leva a menos mercadoria vendida, quebras de produção, aumento do desemprego e, por fim, diminuição dos rendimentos.
Quanto ao ouro, períodos de alta inflação refletem-se na procura do ouro, aumentando o seu preço. Ao contrário de outros ativos, o preço do ouro tem tendência a aumentar em momentos de deflação.
2. As taxas de juro
As taxas de juro são um elemento a ter em conta no momento de decidir investir em ouro, uma vez que estas calculam o custo de oportunidade de fazer um investimento ou uma aplicação financeira. Altas taxas de juro levam a um aumento do custo de oportunidade, influenciando a procura.
Como investir em ouro não paga juros, torna-se mais atrativo apostar em aplicações que rendam juros. Ou seja, em períodos em que as taxas de juro são baixas é mais inteligente investir em ouro. Pelo contrário, quando as taxas de juro estiverem altas é um bom momento para fazer outro tipo de investimentos e, assim, aproveitar os rendimentos provenientes dos juros.
3. O comportamento do dólar e o preço do ouro
Já diz o ditado “Quando os EUA espirram, o mundo constipa-se”. Efetivamente, o dólar e a economia norte-americana têm bastante peso na economia mundial. Posto isto, se é meticuloso e estuda o melhor momento para investir em ouro, é importante que atente também ao comportamento do dólar.
Ora, quando o dólar está em alta, há tendência para o ouro perder valor. Por outro lado, quando o dólar desvaloriza, regista-se uma subida do preço do ouro.
4. O risco sistémico
No mundo das finanças, risco sistémico é a instabilidade potencialmente catastrófica para o sistema e mercado financeiro, podendo levar ao seu colapso. O risco sistémico tem um forte influência nas taxas de juro, câmbios e nos preços dos ativos.
Os riscos sistémicos são imprevisíveis, inesperados e, na maioria dos casos, completamente devastadores para a economia e para os investidores. Depois de grandes perdas de capital, há tendência para os investidores mudarem o seu comportamento quanto aos investimentos de ativos, tornando-se mais precavidos, moderados e cuidadosos.
Como o ouro tem o papel de “refúgio”, é visto com segurança e permite diversificar a carteira de investimentos, muitos investidores recorrem a ele depois de grandes perdas de capital.
5. A lei da oferta e a procura
É um princípio básico da economia: quando a oferta aumenta, a procura diminui. No ouro, não é exceção. Na equação, entram as motivações de compra de ouro, a sua quantidade no mercado e, assim, o seu valor.
Quando se regista uma diminuição da oferta do produto, aumenta a sua escassez e o resultado é a predisposição dos compradores em pagar mais. O mesmo acontece ao contrário: quando a procura é menor e não existem motivações para comprar, o preço baixa.
6. Como o contexto económico-político influencia o preço do ouro
O contexto económico e o cenário político internacional também tem a sua influência no preço do ouro. Nos últimos anos, fatores como a guerra comercial entre a China e os EUA, os sucessivos conflitos no Médio Oriente e a instabilidade provocada pelo Brexit acabaram por afetar o preço do ouro.
Por exemplo, em 2008, enquanto o mundo enfrentava uma grave crise económica, financeira e social, o preço do ouro valorizava 48% de agosto de 2008 até março de 2010. Isto aconteceu porque em cenários de instabilidade e insegurança, os investidores têm tendência a deslocar os seus investimentos para aplicações mais seguras. Por exemplo, enquanto que as ações são ativos que podem vir a gerar valor, o ouro é o valor em si mesmo.
O que aconteceu ao preço do ouro durante a pandemia?
Se chegou até aqui, já deve ter percebido o que aconteceu ao preço do ouro com a pandemia. Os mercados tremeram e a economia desacelerou, o que se refletiu num aumento do valor do preço do ouro. Aliás, o valor deste material precioso atingiu números de 2012, altura em que estava em alta.
Se tiver dúvidas sobre investimentos e sobre as movimentações no preço do ouro, não hesite em falar connsoco. Somos especialistas em ouro e materiais preciosos!