Se tem peças de ouro em casa é natural que já tenha tido a curiosidade de saber se são de ouro real, ou não. Na verdade, há alguns testes que pode fazer em casa que permitem perceber se está na presença, ou não, de ouro verdadeiro.

Contudo, antes de mais será necessário compreender que há vários tipos de ouro utilizados na criação de jóias. O ouro mais puro é o de 24K, no entanto, a maior parte das joalharias não o utiliza na conceção das suas peças visto que é muito maleável, o que acabaria por facilitar deformações nas peças.

Assim sendo, é comum que se utilize uma mistura de outros tipos de metal em produtos de joalharia, tornando as peças mais rígidas e mais resistentes a deformações, levando a que o ouro possa ser classificado em diferentes categorias.

Classificação do ouro

24k ou 999,9‰ – Ouro na sua forma mais pura. Bastante maleável e, por isso, pouco usado em joalharias;

22k ou 916‰ – O ouro de 22k é aquele que contém apenas 91,6% de ouro. Os restantes 8,4% são compostos por outros metais menos nobres, isto é, menos valiosos. Este tipo de ouro pode ser muito encontrado em moedas de ouro, como por exemplo as Libras ou os Krugerrands.

19.2k ou 800‰ – O ouro de 19k é aquele que contém apenas 80% de ouro. Os restantes 20% são compostos por outros metais. Este tipo de ouro, por regra, só existe em artigos de ourivesaria/joalharia produzidos em Portugal e, por isso, é muitas vezes denominado de “Ouro Português” ou “Ouro de Lei”.

18k ou 750‰ – O ouro de 18k é aquele que contém apenas 75% de ouro. Os restantes 25% são compostos por outros metais.

14k ou 585‰ – Este tipo de ouro terá ainda menos ouro na sua composição, representando 14/24 partes ou, por outras palavras, apenas 58,5% de ouro. As partes restantes serão também compostas por outros metais;

9k ou 375‰ –  Este é o tipo de ouro mais baixo que há no mercado. Abaixo deste grau de pureza (quilate) os artigos já não são considerados como ouro. No entanto, os artigos com 9k ainda são considerados ouro e existem cada vez mais no mercado. Apenas 37,5% do seu peso é ouro. O restante é composto por outros metais.

Depois destas considerações se mantém a curiosidade em saber se as peças de ouro que tem são de ouro verdadeiro, deixamos-lhes 3 técnicas que pode fazer em casa para averiguar o valor do ouro.

3 Técnicas para saber se o ouro é verdadeiro

1. Inspeção Visual

Procure marcas oficiais na peça, o chamado contraste. Peças mais recentes costumam ainda ter o contraste visível, identificando a classificação do ouro. Uma lupa poderá ajudar neste processo. O facto de não encontrar o contraste não significa, imediatamente, que não está na presença de ouro verdadeiro. As peças mais antigas podem já ter sofrido algum desgaste e essa marca desapareceu e, nesse caso, terá de recorrer a outras técnicas.

Ainda durante a inspeção visual procure por descolorações visíveis na peça, principalmente ao redor das bordas que são as áreas mais sujeitas a fricção. No caso de existirem essas descolorações e surja um metal de outra cor por baixo, o mais certo é que tenha uma peça apenas folheada a ouro e não de ouro.

2. Teste do íman

O ouro é um metal não magnético, o que significa que não é atraído por ímans. Assim, ao aproximar o íman da peça deve perceber se existe algum tipo de atração entre os dois. No caso de existir, o mais provável é que a sua peça tenha na sua composição uma maior quantidade de outros metais magnéticos. É importante ter em atenção que não é possível realizar este teste com um íman normal. Necessita de um íman maior e mais forte, que pode encontrar em lojas especializadas ou por exemplo, os ímans das carteiras de senhora.

3. Teste da Densidade

Este teste é um pouco mais elaborado mas, ainda assim, fácil de fazer em casa. Antes de o iniciar deverá ter em conta que existem poucos materiais mais densos do que o ouro. A densidade do ouro puro de 24K é cerca de 19.3 g/ml, o valor mais alto entre a maioria dos outros metais. Regra geral, quanto maior a densidade, mais puro é o ouro.

Execução:

1. Pese o ouro;

2. Encha um frasco (de preferência um frasco com os mililitros marcados) com água. Não é relevante a quantidade de água. Aponte os mililitros.

3. Coloque a peça no frasco e volte a apontar os mililitros. O nível de a água deverá ter subido quando colocou a peça no frasco.

4. Use a seguinte fórmula para calcular a densidade: Densidade = deslocamento entre massa/volume. Um resultado próximo de 19 g/ml indica ouro real ou um material com densidade semelhante. Deixamos um exemplo para simplificar os cálculos: se a peça pesar 55g e deslocou 3 mililitros de água, de acordo com a fórmula (55/3), o resultado será de 18,3, o que se aproxima muito da densidade do ouro.

É importante ter em consideração que diferentes níveis de pureza, terão diferentes resultados por g/ml: 14K – 12.9 a 14.6 g/ml; 18K amarelo – 15.2 a 15.9 g/ml; 18K branco – 14.7 a 16.9 g/ml; 22K – 17,7 a 17,8 g/ml.

Para além destas três técnicas para saber se o ouro é verdadeiro, existem mais algumas que pode tentar em casa mas com mais riscos de deteriorar a peça em questão.

No caso de manter as dúvidas sobre o valor da peça que tem, deverá recorrer à ajuda de um especialista que tem os meios necessários para fazer uma avaliação exata.

Se tem dúvidas, fale connosco ou dirija-se a uma das nossas agências!